104 páginas
Companhia das letras, 2017.
Vencedor do Prêmio Oceanos de Literatura 2018.
edição portuguesa: Câmera lenta e outros poemas. Tinta da China, 2019.
(esta edição inclui na íntegra, os livros Câmera lenta, Paris não tem centro e Engano geográfico, além de uma seleção de poemas dos livros 20 poemas para o seu walkman e Um teste de resistores e inéditos em livro.Traz também posfácio de Victor Heringer, texto publicado inicialmente na edição espanhola de Error geográfico, pela Kriller71.)
edição argentina: Cámara lenta. Tradução de Rodrigo Álvarez. Buenos Aires: Zindo y Gafuri, 2020.
"Mecanismos interrogativos, manifestações de espanto sofisticado, os poemas de Marília Garcia estão atentíssimos aos fenómenos e às teorias. Contam coisas, descrevem coisas, desmontam coisas (máquinas, viagens, conversas, enganos geográficos, festivais de poesia), como se toda a narração fosse uma desconstrução. E usam truques, loops, mudanças de velocidade, deslocamentos linguísticos, materiais diversos. Da «poesia da experiência» e da «poesia da linguagem» fazem uma poesia da experiência linguística. O que significam as frases? Qual a diferença entre mapa e território? O que é a resistência da poesia? O que se perde quando se traduz? Tributária da poesia francesa de vanguarda, auto‑reflexiva e lúdica, e do objectivismo americano, coloquial e inteligível, Marília surpreende‑se, questiona‑se, volta atrás, faz «pausa», começa de novo. É o poema como making of do poema. Ou como making of do making of. Cultíssima e ligeira, concreta nas questões abstractas, dubitativa mas não niilista, idiossincrática e dialogante, sem amargura nem malícia, Marília combina a segurança dos processos e a incerteza das conclusões. Ainda se assombra, ainda se pergunta. E diz‑nos como isso se faz."
Pedro Mexia


